Na 27ª semana já eram quase 140 picadinhas de amor. Injeções diárias de anticoagulante, em doses profiláticas, para viabilizar a permanência da Sofia no meu útero.
Tive trombose cerca de 40 dias após o nascimento do Heitor, em agosto de 2017. Por isso, precisei tomar as injeções durante toda gestação da Sofia. A trombose acontece quando coágulos impedem a passagem do sangue por veias importantes do nosso corpo.
Muitas mulheres vivem essa realidade. E, boa parte, só descobre têm alguma trombofilia, após abortos espontâneos que sofrem. No meu caso, os médicos não conseguiram entender a causa. Não sou fumante, nem uso anticoncepcionais, nem fiz muito repouso após a cesariana do Heitor, porque passei os 3 dias entre o quarto e a UTI. Nem obstetra nem vascular viram qualquer correlação com o parto.
Foram 6 meses de tratamento com doses fortes de anticoagulantes e uso de meias de compressão. Esse fato, nos fez esperar para então nos abrirmos à nova gestação. Não poderíamos engravidar enquanto eu estivesse usando a medicação.
Em fevereiro, o tratamento acabou e decidimos retomar as tentativas. Em maio, veio a boa notícia: grávidos!
Passados os primeiros meses de gestação da Sofia, percebi que até a trombose foi permissão de Deus. Talvez, se eu tivesse engravidado antes, não estivesse emocionalmente pronta. Deus conhece cada um de seus filhos. Ele nos fez. E até mesmo algo aparentemente ruim, ele se usa pra fazer um bem maior.
Fotógrafo: @nanmeida
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